APRENDENDO AO LONGO DA VIDA

Aprendizagem continuada ao longo da vida significa que, se uma pessoa tem o desejo de aprender, ela terá condições de fazê-lo, independentemente de onde e quando isso ocorre. Para tanto, é necessária a confluência de três fatores: que ela tenha a predisposição de aprendizagem, que existam ambientes de aprendizagens adequadamente organizados e que existam pessoas que possam auxiliar o aprendiz no processo de aprender (agentes de aprendizagem). 

(...)  É importante notar que o ambiente de aprendizagem não necessariamente significa um espaço físico e que a aprendizagem esteja acontecendo em uma determinada hora. O que determina a situação de aprendizagem é a predisposição da pessoa que está envolvida em uma determinada atividade. (VALENTE, José Armando. Aprendizagem continuada ao longo da vida: o exemplo da terceira idade, 2001, p.7)

Delors (2010) considera o conceito de educação ao longo da vida como uma chave fundamental para o século XXI por eliminar a distinção tradicional entre educação formal inicial e educação permanente. Segundo ele, na "sociedade educativa", pode-se aprender e desenvolver os talentos, valorizar o aprender, diversificar diferentes percursos individuais, reconhecendo a intensa dinâmica das mudanças, num contínuo movimento de retomar, ressignificar, reinventar-se, em ritmo muito acelerado, de tal forma que os indivíduos precisam estar permanentemente sendo reciclados, sob pena dos seus conhecimentos tornarem-se obsoletos. Nesse mundo globalizado, a informação e o conhecimento tornam-se fatores decisivos que influenciam a modernização e o desenvolvimento de qualquer sociedade.

Ao longo da evolução das sociedades e de suas culturas, as novas tecnologias tem impregnado cada vez mais nosso cotidiano e, numa época de aceleradas mudanças tecnológicas como o atual, nem sempre percebemos a profundidade das transformações que elas provocam em nossa mentalidade, valores, atitudes, posturas, práticas, modos de conceber a relação entre pessoas, ambientes e objetos, modos de trabalhar, estudar, comunicar, interagir.

As escolas também participam desse processo sofrendo influências, mediando e introduzindo novas formas de mediação tecnológica e pedagógica, por meio do intercâmbio de ideias e materiais, entre alunos e professores, dos alunos entre si, dos professores entre si, da escola com os setores da sociedade de que faz parte.

Isso afeta o processo de aprender, ao romper barreiras espaço-temporais e favorecer a comunicação de pensamentos, emoções, valores.

Falando em desafios: não se trata simplesmente de complementar o ensino tradicional dando acesso à informação disponível na rede, mas também planificar desde o início o processo educativo de forma integrada.

Estudar e sistematizar temas em blocos temáticos, construir mapas conceituais, tomar decisões pedagógicas sobre abordagem metodológica, sequência, profundidade, estratégias pedagógicas e linguísticas, linguagens de comunicação, meios e materiais; configurar oportunidades de interação e interatividade, avaliação de atividades, processos e resultados...

Estar conectado ou participando em redes sociais não significa, necessariamente, estar aprendendo...

Conhecer não é, necessariamente, o mesmo que aprender...

Há necessidade de enriquecer a era do acesso com:

o aprender a aprender,

 a capacidade de analisar e relacionar as informações,

 a busca de construção de conhecimento crítico do mundo,

 o fruto das interações humanas no contexto social e histórico de sua realização e sua socialização. Rover (2003:47-49)

Como você está investindo em sua própria inclusão digital e social? 

Utiliza correio eletrônico? Conversação via Skype? Participa de redes sociais? 

Já construiu seu blog? Tem tirado fotos e editado as imagens? Pôsteres? 

Fez um vídeo a partir de fotos?  Gravou entrevista em áudio e editou?
E rádio via internet na educação? 
Tem produção cooperativa e colaborativa de escrita, áudio, audiovisual?
Publica nas nuvens?

Aprendizagem continuada, ao longo da vida

O ambiente em que vivemos tem afetado cada vez mais modifica nossos modos de pensar, falar, comunicar, trabalhar, aprender e tem provocado sucessivas modificações em nossos hábitos, fazendo surgir novas necessidades, novas perguntas, novas respostas a velhos e a novos desafios, de um modo geral relacionados o utilização das tecnologias de informação e de comunicação (TIC) na vida cotidiana, nas práticas de formação, no exercício das ocupações e profissões.

É muito comum termos computadores na maioria dos setores de prestação de serviços, produção, comercialização, distribuição de bens e de informação, provocando transformações cada vez mais visíveis em nossas vidas, nas relações interpessoais, na interação, em especial as advindas pela televisão e pela rede mundial de computadores [Internet]. 

Nossas atividades são realizadas em ambientes diversos em que usamos ferramentas tecnológicas presenciais e digitais para nossa comunicação e trabalho. Elas influem em nós, em nossas interações e nos resultados delas. E o que ocorre na educação on-line?

É preciso pensar nos processos de aprender a aprender dos estudantes, o que requer atividades variadas e contextualizadas, além de análise e avaliação constantes, "para perceber suas dificuldades e incompreensões, as formas de interação, comunicação e colaboração com os colegas e sua fluência na nova cultura educacional a distância" (KENSKI, 2010, p. 65) A avaliação, pensada como processo e não como momento único, pode ser facilitada com construção de blogs, escrita colaborativa, produção textual em mídias diferentes, mapas conceituais, estudo de casos, solução de problemas concretos.

Tais registros possibilitam captar indicadores da participação individual e/ou em pequenos grupos, as variantes de interação e interatividade entre os participantes, bem como proporcionar oportunidades de retomar os percursos e as atividades. Cabe criar condições também para a avaliação dos procedimentos, dos materiais, da orientação acadêmica e tutoria, à luz da intencionalidade educativa.

Schlemmer (2010, p. 79) considera que nos mundos digitais virtuais ocorrem diferentes tipos e níveis de presença digital virtual, que propicia uma proximidade relacional, "um estar junto digital virtual" que minimiza a "falta de presença" e o sentimento de "distância".

Castro (1999) pondera que, se os atores partilham e encontram-se em um mesmo espaço virtual, ainda que haja considerável distância geográfica entre eles, não cabe considerar de modo convencional a distância que os separa fisicamente num processo formativo, já que não se pode só falar de distância [física] a percorrer ao estruturar as relações professor, alunos, organização escolar, nas atividades propostas. Ao contrário, é preciso abordar objetivamente essa distância física e a "presença virtual".

Quando a formação e a aprendizagem se realizam mediadas por ambientes e ferramentas digitais, assumem características próprias, que demandam organização e estrutura complexas e diferenciadas para que o trabalho pedagógico de todos os participantes possa se desenvolver.

Mas, lembre-se de que, antes de ser a distância, é educação e, como tal, um processo individual e coletivo de formação dos membros de uma sociedade, intencionalmente organizada, para socializar, atualizar, colaborar na renovação e na transformação de práticas sociais em geral e educacionais em particular.

É fundamental superar estruturas de trabalho excessivamente hierarquizadas, tornando-os mais participativas e flexíveis, valorizando-se o trabalho e a autonomia dos participantes em prol da intenção educativa. Ao mesmo tempo, é preciso promover a interatividade, o diálogo, a cooperação na construção do conhecimento, com base em problemas e situações contextualizadas.

E ainda há questões logísticas associadas à prestação de serviços. É importante considerar que há diferença de logística na EAD, por se tratar de produção de serviços - da concepção à certificação - distinta da logística de sistemas de produção dos setores primário ou secundário, inclusive para a educação presencial (Mill, 2010).

Com a educação é possível desenvolver e gerenciar talentos, investir na inovação e, no desenvolvimento sustentável, segundo as características peculiares de cada país, o que poderia promover a cooperação e a paz internacional, levando em conta exigências científicas e técnicas, a preservação do meio ambiente, a construção de capacidades norteadoras das ações de cada um, como membro de uma família, cidadão ou como um produtivo membro da sociedade.

O que tem mudado na forma como aprendemos, como interagimos? Temos colaborado e estamos construindo juntos os conhecimentos? Estamos exercitando nossa autoria? Estamos assumindo nossa responsabilidade pela nossa própria aprendizagem

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